Abrir uma empresa de prestação de serviços pode ser a oportunidade de mudar de vida e conquistar a independência de se tornar o próprio chefe. No entanto, o processo de conseguir um CNPJ não é uma tarefa fácil: são tantas burocracias que podem desanimar até a pessoa mais motivada a começar o seu negócio.
Porém, para todos os problemas há sempre uma solução! Nesse artigo vamos mostrar como abrir uma empresa de prestação de serviços, além de te dar dicas para ter sucesso no ramo.
Tudo que envolve realizar e receber uma remuneração por uma atividade, sem vender mercadorias ou fabricá-las, costuma ser uma prestação de serviço. A empresa desse ramo não transforma matérias-primas para desenvolver produtos — como a indústria faz com o aço ou produz queijo do leite, por exemplo — e nem os vende como atacado e varejo, como as lojas.
As empresas de serviços têm um papel fundamental na economia brasileira: este segmento representa cerca de 70% do produto interno bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços do país — segundo dados do IBGE divulgados pelo G1.
E isso não é à toa: a prestação de serviços é um setor que reúne uma infinidade de atividades — desde advogados, cabeleireiros, consultores em geral, desenvolvedores de softwares, engenheiros, médicos, publicitários a trabalhadores de pousadas.
Assim, os empreendedores têm um universo de possibilidades ao investir nessa área, tanto para montar seu MEI quanto para abrir uma micro ou pequena empresa.
Alguns acabam atuando na informalidade, achando caro ou complexo demais formalizar a empresa. Porém, esta atitude traz diversos riscos ao negócio, incluindo o de ser fechado pela fiscalização.
Por mais que pareça um processo complicado, a regularização do negócio sempre é a melhor escolha e contar com um bom serviço de contabilidade é a melhor saída para simplificar.
Existem várias vantagens em regularizar o seu negócio — e mais ainda prejuízos ao se manter na informalidade.
Primeiro, formalizar sua prestadora de serviços evita problemas com o fisco mais tarde: se a empresa entrar no radar de algum órgão fiscalizador, ela poderá ser fechada até que as pendências sejam resolvidas, fazendo você perder dinheiro por ficar parado e por ter que arcar com multa depois.
Imagine se o negócio cresce e você precisa contratar alguém? Este profissional terá uma série de direitos e sua empresa uma série de obrigações trabalhistas para resolver. Esta situação pode gerar uma bola de neve de problemas caso sua empresa não esteja formalizada.
Deixar de se formalizar também pode resultar em perda de oportunidades: você não poderá emitir notas fiscais, que são exigidas pela maioria das empresas, e nem poderá participar de licitações. Isso significa menos possibilidades de clientes e, consequentemente, de vendas.
Ou seja, em um primeiro momento até pode parecer uma boa ideia evitar toda a burocracia e não registrar o negócio. Porém, a longo prazo essa atitude só vai prejudicar você e a sua empresa.
Por isso, não deixe para depois esse processo. Faça a formalização antes de perder vendas ou do fisco bater na sua porta de repente!
Certo, você optou corretamente pela formalização. Mas, por onde começar esse processo e abrir uma empresa?
Vamos primeiro pelo básico: já escolheu qual serviço irá prestar? Tem um preço em vista, um nome marcante e funcional, o perfil do público-alvo, além de um espaço físico para trabalhar — ou a rua será o seu negócio?
Se tudo isso está claro em sua mente, podemos passar para a próxima etapa de perguntas: você deseja abrir a empresa com sócios ou trabalhar sozinho? E ainda mais — pretende ser um microempreendedor individual (MEI)?
Caso você nem saiba o que significa essa última questão, vamos explicar isso já!
Antigamente os autônomos tinham dificuldades de formalizar uma empresa por conta de toda burocracia e custos de arcar com o processo. Isso resultou em uma massa de profissionais atuando informalmente, sem pagar imposto e sem fiscalização.
Para facilitar a vida desses autônomos e conseguir receber os tributos, em 2008 foi criado a modalidade do Microempreendedor Individual (MEI). Esse tipo de empresa permite com que os profissionais atuem formalizados, emitam notas fiscais e garantam seus direitos previdenciários, como aposentadoria e auxílio-doença.
Além disso, outra vantagem de abrir uma MEI de prestação de serviços são os impostos. Essa modalidade faz o recolhimento de todos os tributos em uma guia única mensal, o DAS — Documento de Arrecadação do Simples Nacional — pagando valores entre R$ 50,90 e R$ 55,90 (em 2019).
Como MEI não é possível ter sócios, pois é uma modalidade de empresa individual. No entanto, é possível contratar um funcionário, desde que ele receba um salário mínimo ou o piso de sua categoria profissional.
Além dessa restrição, há duas outras regras fundamentais para quem pensa em se tornar MEI:
Essas duas regras já são o suficiente para excluir milhares de prestadores de serviço.
Quem pode desfrutar do MEI, pode fazer todo o processo de abertura — de forma simplificada e gratuita! — pelo Portal do Empreendedor.
Já quem não se enquadra nessa categoria, pode ficar tranquilo que iremos explicar o passo a passo para você se formalizar sem ter dor de cabeça. Também recomendamos o nosso conteúdo especial sobre quem não pode ser MEI.
Há várias outras decisões que você precisa tomar antes de juntar a papelada para formalizar o seu negócio.
Uma dica: procure já um bom serviço de contabilidade para te ajudar a ver todas as particularidades da sua área de atuação e a legislação específica do seu município, que irão implicar em alguns processos e impostos a mais.
Todo o processo será mais tranquilo com esse acompanhamento especializado.
Mas vamos às decisões: qual serão as atividades que sua empresa irá atuar? Não falamos apenas de uma ideia geral — como cortar cabelo — e sim a CNAE do negócio.
A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) é uma lista de códigos com todas as atividades que uma empresa pode exercer no Brasil. Escolher as atividades primárias e secundárias é obrigatório para abrir um CNPJ.
Além disso, existem outras decisões a tomar:
Todo empreendedor deve escolher o tipo de empresa que irá abrir. Essa escolha pode mudar mais tarde, ainda mais com o crescimento do negócio. Mas, para quem está começando e não pode ser MEI, há duas opções:
1. Microempresa (ME): negócios que faturam até R$ 360 mil por ano tem a oportunidade de se enquadrar nesse porte. Ao contrário do MEI, nesse caso é possível ter sócios, mais funcionários e atuar com diversas atividades econômicas.
2. Empresa de Pequeno Porte (EPP): já quem precisa de um limite maior de faturamento pode optar por este tipo. A receita bruta desse modelo é de R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões anuais.
Enquanto o MEI recolhe os seus impostos com um valor fixo mensal, tanto o cálculo do tributo do ME quanto da EPP passam pelo seu faturamento — além de contar com outros fatores. Entre eles está o regime de tributação.
Essa escolha é fundamental para definir o valor dos impostos que a sua empresa de prestação de serviços irá pagar. Portanto, converse bem com o seu contador antes de optar por qualquer um dos três regimes de tributação existentes.
Esse é o regime de tributação voltado especialmente para micro e pequenas empresas. A ideia é que esse enquadramento funcione de forma simplificada, por isso ele unifica 8 tributos nacionais, estaduais e federais em uma única guia de recolhimento — o DAS.
Porém, existem algumas restrições para entrar no Simples Nacional: o faturamento anual da empresa não pode ultrapassar R$ 4,8 milhões e também não são todas as categorias profissionais e empresas que podem optar por este regime.
A carga tributária desse modelo depende do faturamento da empresa, a relação desse número com a folha de pagamento (o Fator R) e também a atividade da empresa. Para saber qual imposto irá incidir para o seu negócio, confira esta tabela com os anexos do Simples Nacional.
Empresas que não se enquadram no Simples Nacional pode optar por este regime: o limite de faturamento neste caso é de R$ 78 milhões ao ano.
No entanto, não há a vantagem do DAS. Empresas enquadradas no Lucro Presumido precisam emitir cinco guias independentes de pagamento — IRPJ, CSLL, PIS, INSS e COFINS — com datas diferentes de vencimento, além de ter que pagar a Contribuição Sindical Patronal.
Com tudo isso, a alíquota de imposto costuma variar entre 12,33% e 16,33%, e ela é calculada em cima de um percentual predefinido do seu faturamento. O nome do regime já indica: primeiro presume-se o percentual de receita bruta que a empresa terá, para então calcular os tributos.
Seja por não conseguir enquadrar sua atividade no Simples ou no Lucro Presumido, ou por ter um grande faturamento — acima de R$ 78 milhões no ano — as demais organizações devem optar por este regime de tributação.
Nele, impostos como IRPJ e CSLL são calculados em cima do valor que a empresa realmente lucrou. Por isso é preciso ter um rigoroso controle sobre as finanças e contabilidade do negócio para não acabar pagando menos ou mais tributos do que deveria.
Essa escolha precisa ser tomada com cuidado, pois irá impactar o futuro do seu negócio, além de depender de uma série de fatores — faturamento, atividade econômica, regras específicas — para ser tomada.
Porém, não é última decisão complexa que você irá ter que tomar.
Outra questão importante para abrir o seu negócio é definir a sua natureza jurídica. Essa escolha define o tratamento legal da empresa, estabelecendo quais serão as leis aplicáveis, qual será o capital necessário para começar e se ela contará com sócios ou se será algo individual.
Vamos conhecer as modalidades existentes?
A criação das empresas individuais permitiu a formalização de milhares de autônomos que atuavam sem CNPJ, garantindo que tivessem segurança jurídica para realizar o seu trabalho e receber benefícios como INSS. São três modelos:
O que une essas naturezas jurídicas é não precisar de sócios para abrir o negócio, no entanto, cada uma dessas categorias tem suas regras, como o limite de faturamento anual, atividades econômicas permitidas e se há a proteção dos bens particulares em caso de endividamento da empresa.
A SLU é um caso diferente: esta natureza foi criada recentemente com a aprovação da Medida Provisória 881 (popularmente chamada de MP da Liberdade Econômica), trazendo diversas possibilidades aos empreendedores. Conheça mais detalhes da Sociedade Limitada Unipessoal neste artigo.
Quem pretende abrir uma empresa de prestação de serviços com, no mínimo, dois sócios pode optar por esses três tipos mais comuns:
As três trazem a vantagem da clara separação entre o que é da pessoa jurídica (empresa) e pessoas físicas (sócios). Isso significa que, caso a empresa contraia dívidas, os bens particulares dos fundadores e investidores não serão usados para cobrí-las.
A LTDA é o modelo para quem atua com comércio e prestação de serviços em geral, enquanto a SS é a sociedade própria para profissionais de áreas artísticas, científicas e intelectuais — como artistas plásticos, engenheiros e médicos — além de cooperativas. Nas duas o capital é dividido em cotas para os sócios.
O caso da S.A tem uma particularidade: o seu capital é dividido em ações, que pertencem aos acionistas e podem ser vendidas em locais como a Bolsa de Valores ou mercado de balcão.
Atenção: deve-se fazer o contrato social da empresa quando há sócios. Esse documento — elaborado com a ajuda de um advogado ou contador —, informa a contribuição de cada participante no negócio, além de definir como seria a divisão dos bens no caso da sociedade ser desfeita no futuro. Ele será obrigatório nos próximos passos de formalização.
Bastante coisa, não? Ainda nem começamos a mexer na papelada…
Após decidir o porte da empresa, natureza jurídica e CNAE, agora é a hora de separar os documentos e registrar tudo. Para isso, uma boa dose de paciência e a parceria com um bom profissional de contabilidade são fundamentais para que erros não aconteçam.
Lembrando: cada município e estado tem sua legislação específica. Isso significa que o processo para abrir a empresa de prestação de serviços varia entre uma localidade e outra. Vamos trazer os passos mais comuns aqui — mas sempre entre em contato com a Prefeitura e Secretaria Estadual da Fazenda para saber como funciona na sua região.
Agora chegou a hora de levar a papelada de um lado para o outro!
Primeiro, é necessário fazer a Análise Prévia da Viabilidade de Localização. Na lei municipal sempre há restrições a respeito dos locais onde as empresas podem atuar. Por isso é fundamental saber se a Prefeitura permite que você exerça determinadas atividades no espaço que deseja montar o seu negócio, mesmo se for no seu próprio domicílio. Leve os documentos do imóvel até o órgão e verifique suas possibilidades.
Dependendo da atividade exercida pela empresa, você irá ainda precisar requerer outros documentos antes de abrir o negócio. Advogados, por exemplo, deverão procurar a OAB de sua região para conseguir o registro profissional.
Com essas autorizações, você terá mais segurança para seguir as próximas etapas. Pegue agora os documentos pessoais e os dos sócios — se for o caso — e leve-os até a Junta Comercial estadual ou Cartório de Registro de Pessoa Jurídica, dependendo da atividade exercida. O que você não pode deixar de levar:
Esse processo vai gerar o Número de Identificação do Registro de Empresa (NIRE) — um código usado para requerer o CNPJ no site da Receita Federal.
Com essa documentação em mãos, agora é a hora de conseguir os alvarás, a inscrição municipal e outras obrigações com a Prefeitura. Verifique sempre com o município e seu contador quais são as regras específicas que se aplicam a atividade exercida pela empresa: como a exigência de autorizações ambientais, sanitárias, do Corpo de Bombeiros, etc.
Na Prefeitura também será necessário pedir a autorização para emitir as notas fiscais, seja no modelo tradicional ou eletrônico. Por se tratar de uma empresa de prestação de serviços, o seu negócio irá recolher o Imposto sobre Serviços (ISS), um tributo municipal.
Lembre-se: no caso de ter empregados, você também deverá correr atrás de registros em órgãos como Previdência Social.
Ufa! Acabou as papeladas. Parabéns, você acabou de abrir a sua empresa de prestação de serviços!
Mas isso não significa que o seu trabalho terminou.
Cumprir as burocracias e formalizar o negócio é só o primeiro obstáculo na longa jornada que é ter uma empresa. Para ter sucesso e conseguir o seu espaço no mercado, é fundamental se preocupar com diversas questões.
Mas, para você tirar essas dificuldades de letra e fazer seu negócio crescer, trouxemos algumas dicas práticas:
Você tem vontade de abrir uma empresa de serviços, mas ainda não sabe qual atividade exercer? Existem algumas profissões que estão em alta e terão cada vez mais demanda:
Além dessas, outras profissões tradicionais sempre terão demanda, como cabeleireiros, manicures, eletricistas, manutenção e consertos em geral, professores particulares, etc. Procure conhecer os seus talentos e avaliar a demanda na região onde você pretende atuar.
Uma ferramenta que todo empreendedor deve usar antes de abrir sua empresa é o plano de negócios. Este documento é a base de toda a atuação do negócio, ajudando a enxergar as oportunidades e desafios que virão.
Geralmente o plano de negócios contém os seguintes estudos:
Sim! Uma das facilidades que a tecnologia oferece é o home office, uma modalidade de trabalho que está cada vez mais em alta. Especialmente os profissionais das áreas de comunicação, marketing digital e programação podem montar suas empresas em casa, com toda a comodidade do lar — basta ter acesso a internet e um computador.
Claro que no início há dificuldades em se ajustar a rotina, sabendo separar a profissão da vida pessoal.
De preferência sim! Esse documento dá mais tranquilidade tanto a você quanto para o seu cliente, deixando claro todos os direitos e obrigações das partes envolvidas com o trabalho. E fazer registro é mais fácil do que imagina: confira aqui dicas para fazer um contrato de prestação de serviços.
Quanto trabalho, não? Abrir uma empresa de prestação de serviços não é nada fácil. No entanto, formalizar sua empresa compensa, ainda mais para fazer o seu negócio crescer e lucrar cada vez mais.
Por isso faça todo o processo de abertura com atenção: busque a ajuda de um bom contador para formalizar sua empresa corretamente e escolher o regime tributário mais adequado para a sua realidade. Assim você não correrá riscos de pagar mais impostos do que deveria, nem de ter que se explicar com o fisco mais tarde.
Nós da Seven Contabilidade Digital temos o objetivo de facilitar a vida de empreendedores, para isso, realizamos todo o processo para que o empreendedor possa abrir sua empresa, de forma rápida, simples e segura, sem dores de cabeça. Além disso, disponibilizamos contadores com formação jurídica que são advogados atuantes, pensados para sua empresa.
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